Anjo de Natal

A Simplicidade das Coisas

A simplicidade das coisas
Não quero dizer bom dia Não quero sorrir todo dia Não quero falar de mim Nem de acontecimentos
Não quero vestir-me Não quero conter-me Não quero olhares De aprovação
Não quero opiniões Não quero assuntos Não quero culpas Nem desculpas
Quero nadar no rio Caminhar no mato Ver pardais, borboletas e insetos E ficar quieto A pensar na simplicidade das coisas

Eu morei alí

Paraíso

Visão do Paraíso
Caminhou descalça e devagar
Para não assustar a natureza
Gostava da aventura
E do prazer que ela proporciona

Ficou quieta para ouvir os sons
Que invadiam, atrevidamente, a sua alma
Sol intenso
Gosto interminável de sal

A água a molhar seus pés, delicadamente
Parecia molhar seu corpo inteiro
Pensou em escrever um poema
Como uma lágrima

Viajou magicamente
Por mares
Cores
E flores

Caminhou bêbada e louca
E se sentiu bela

Não sabia se era a música
Os bichos
Os índios
Os sons
As vozes
O gesto

Era preciso silêncio

A visão era do paraíso
Mas o cheiro
Definitivamente
Não era o da papaia
Mas o gosto era.

Cada criatura, ao nascer, traz-nos a mensagem de que Deus ainda não perdeu a esperança nos homens.
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O homem está sempre disposto a negar aquilo que não compreende.
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Nunca estão fechadas todas as portas enquanto estivermos vivos.
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